Saturday, February 25, 2006

bar ruim é lindo, bicho


Eu sou meio intelectual, meio de esquerda, por isso freqüento bares meio ruins. Não sei se você sabe, mas nós, meio intelectuais, meio de esquerda, nos julgamos a vanguarda do proletariado, há mais de 150 anos. (Deve ter alguma coisa de errado com uma vanguarda de mais de 150 anos, mas tudo bem). No bar ruim que ando freqüentando nas últimas semanas o proletariado é o Betão, garçom, que cumprimento com um tapinha nas costas acreditando resolver aí 500 anos de história. Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos ficar "amigos" do garçom, com quem falamos sobre futebol enquanto nossos amigos não chegam para falarmos de literatura. "Ô Betão, traz mais uma pra gente", eu digo, com os cotovelos apoiados na mesa bamba de lata, e me sinto parte do Brasil.

Nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos fazer parte do Brasil, por isso vamos a bares ruins,que tem mais a cara do Brasil que os bares bons, onde se serve petit gateau e não tem frango à passarinho ou carne de sol com macaxeira que são os pratos tradicionais de nossa cozinha. Se bem que nós, meio intelectuais, quando convidamos uma moça para sair pela primeira vez, atacamos mais de petit gateau do que de frango à passarinho, porque a gente gosta do Brasil e tal, mas na hora do vamos ver uma europazinha bem que ajuda. A gente gosta do Brasil, mas muito bem diagramado. Não é qualquer Brasil. Assim como não é qualquer bar ruim. Tem que ser um bar ruim autêntico, um boteco, com mesa de lata, copo americano e, se tiver porção de carne de sol, a gente bate uma punheta ali mesmo.

Quando um de nós, meio intelectuais, meio de esquerda, descobre um novo bar ruim que nenhum outro meio intelectual, meio de esquerda freqüenta, não nos contemos: ligamos pra turma inteira de meio intelectuais, meio de esquerda e decretamos que aquele lá é o nosso novo bar ruim. Porque a gente acha que o bar ruim é autêntico e o bar bom não é, como eu já disse. O problema é que aos poucos o bar ruim vai se tornando cult, vai sendo freqüentado por vários meio intelectuais, meio de esquerda e universitárias
mais ou menos gostosas. Até que uma hora sai na Vejinha como ponto freqüentado por artistas, cineastas e universitários e nesse ponto a gente já se sente incomodado e quando chega no bar ruim e tá cheio de gente que não é nem meio intelectual, nem meio de esquerda e foi lá para ver se tem mesmo artistas, cineastas e universitários, a gente diz: eu gostava disso aqui antes, quando só vinha a minha turma de meio intelectuais, meio de esquerda, as universitárias mais ou menos gostosas e uns velhos bêbados que jogavam dominó. Porque nós, meio intelectuais, meio de esquerda, adoramos dizer que freqüentávamos o bar antes de ele ficar famoso, íamos a tal praia antes de ela encher de gente, ouvíamos a banda antes de tocar na MTV. Nós gostamos dos pobres que estavam na praia antes, uns pobres que sabem subir em coqueiro e usam sandália de couro, isso a gente acha lindo, mas a gente detesta os pobres que chegam depois, de Chevete e chinelo Rider. Esse pobre não, a gente gosta do pobre autêntico, do Brasil autêntico. E a gente abomina a Vejinha, abomina mesmo, acima de tudo.

Os donos dos bares ruins que a gente freqüenta se dividem em dois tipos: os que entendem a gente e os que não entendem. Os que entendem percebem qual é a nossa, mantém o bar autenticamente ruim, chamam uns primos do cunhado para tocar samba de roda toda sexta-feira, introduzem bolinho de bacalhau no cardápio e aumentam em 50% o preço de tudo. Eles sacam que nós, meio intelectuais, meio de esquerda, somos meio bem de vida e nos dispomos a pagar caro por aquilo que tem cara de barato. Os donos que não entendem qual é a nossa, diante da invasão, trocam as mesas de lata por umas de fórmica imitando mármore, azulejam a parede e põem um som estéreo tocando reggae. Aí eles se fodem, porque a gente odeia isso, a gente gosta, como já disse
algumas vezes, é daquela coisa autêntica, tão brasileira, tão raiz.

Não pense que é fácil ser meio intelectual, meio de esquerda, no Brasil! Ainda mais poque a cada dia está mais difícil encontrar bares ruins do jeito que a gente gosta, os pobres estão todos de chinelo Rider e a Vejinha sempre alerta, pronta para encher nossos bares ruins de gente jovem e bonita e a difundir o petit gateau pelos quatro cantos do globo. Para desespero dos meio intelectuais, meio de esquerda, como eu que, por questões ideológicas, preferem frango a passarinho e carne de sol com macaxeira (que é a mesma coisa que mandioca mas é como se diz lá no nordeste e nós, meio intelectuais, meio de esquerda, achamos que o nordeste é muito mais autêntico que o sudeste e preferimos esse termo, macaxeira, que é mais assim Câmara Cascudo, saca?).

-- Ô Betão, vê um cachaça aqui pra mim. De Salinas quais que tem?

(Antônio Prata)
(foto do ricardo serpa)

fazendo tudo ao contrário, menos a receita, que pode ter a pitada feminina para dar sua rasteira

A palavra Carnaval está ligada à tradição cristã de não comer carne no período que precede à Paixão de Cristo. Ela deriva do latim "carnelevamen", ou seja, tirar a carne.

Hoje, usos e costumes mudam, para o bem e para o mal, o jejum decididamente não combina.

Receita de Carne Assada a Dom Juan

Ingredientes:
- 2 Kg de miolo de alcatra, sem a maminha, em peça.
- 1 vidro de azeitonas verdes
- 200 g de toucinho defumado
- 2 cebolas grandes raladas
- 6 dentes de alho picados
- 1/2 L de vinho tinto seco de boa qualidade
- 3 colheres de sopa de molho inglês
- 3 colheres de caf? de sal
- 2 colheres de caf? de orégano
- 1/2 mão de cheiro verde picado
- 1 colher de café de cominho moido


Modo de Preparo:
Tempere a carne no dia anterior. Limpe a alcatra, tirando o excesso de gordura, e nervos aparentes, inclusive a "pele" transparente, se for o caso. Coloque numa vasilha funda, que caiba na geladeira. Molhe a peça com a água da azeitona, suficiente para que fique bem molhada. Misture num pires ? parte, o sal, o orégano e o cominho moído, de forma que a mistura não fique muito escura. Faça furos com uma faca de ponta na carne, introduza um pouco de tempero, azeitonas e toucinho defumado em pedaços retangulares, fazendo isto em toda a volta da carne. Passe generosamente o restante do tempero sobre toda peça de carne e, se for necessário, faça nova medida. Junte o cheiro verde picado, com a cebola e o alho, esfregando sobre a mesma. Despeje o molho inglês sobre toda a carne. Junte o vinho, e deixe descansar pelo menos 12 horas na geladeira, em vasilha tampada ou com um saco plástico, cobrindo bem. Aqueça bem o forno. Pegue uma forma de alumínio própria e coloque óleo suficiente. Deite a carne sobre a forma, junto com os temperos e o caldo. Asse até que fique com uma cor apropriada. Fatie ou sirva cortando as lascas sobre a mesa.

E aí, D.juan ou Juanita, bon apetit. Se for o caso, use camisinha.

Saturday, February 18, 2006

é pão, você comeria ?

perfeitas obras da arte padeira. perfeitas, e macabras. mas,convenhamos, bem feitas. vão além do pão normal que você compra em sua padaria. estas criações, de uma padaria na tailândia, que fica na província tailandesa chamada Ratchaburi, a 100 km a oeste da capital Bangkok.repercutem a filosofia budista de não acreditar no que você vê, porque o que você vê pode não ser tão real quanto parece.
os detalhes fazem a perfeição da criação, parecendo quase reais e chamando a atenção de todos que passam em frente a padaria.
é pão, você comeria ?

dica do clécio, da raf, natal.

e não esqueça: não é porque vai comer de palitinhos que pode palitar à vontade

Tomar missoshiru (sopa de soja) com colher, gesticular com o hashi na mão, arrastar a molheira, espetar o hashi no arroz ou cortar os sushis. Comer com talheres e entrar de sapatos no tatame, então, nem pensar. Essas pequenas gafes passam despercebidas numa refeição informal. Mas, se a regra for respeitar a tradição japonesa, os deslizes chamam a atenção. No Brasil, essas formalidades se tornaram flexíveis. De um jeito ou de outro, é sempre bom conhecer os costumes de cada povo e fazer bonito na mesa, seja ela qual for. Seguem algumas dicas para manter a etiqueta.

A toalhinha
A toalha que o garçom traz logo que os clientes chegam à mesa é para limpar as mãos. Depois de esterilizá-las, é só colocar a toalhinha sobre a mesa novamente, sem dobrá-la. No Japão, é hábito limpar a testa ou o rosto inteiro. No inverno, as toalhas devem ser quentes e, no verão, geladas.

Ordem dos pratos
Numa refeição simples não existe uma ordem exata para degustar os alimentos. Geralmente os japoneses começam pelo sashimi ou uma entrada leve. Também não há nada de errado em pedir uma entrada quente antes de comer sashimi. Durante a refeição é b peir chá verde e "preparar" o paladar para os pratos seguintes.

Molhos
Os molhos só devem ser utilizados com peixe cru. No caso do sushi, deve-se mergulhar a parte do peixe no shoyu e não o arroz. Os bons restaurantes fazem os sushis no tamanho certo para ser degustado de uma só vez. Lembre de colocar pouco molho no pratinho. O wasabi ou raiz-forte não pode ser diluído no shoyu e deve ser colocado nos peixes com a ponta do hashi.

"Palitinhos"
Nada de gesticular com o hashi nas mãos ou apontá-lo desordenadamente para qualquer direção. Chupar as pontinhas, então, nem pensar. O jeito certo de pegar o hashi é sempre do meio para cima e nunca na parte inferior porque dificulta o movimento. Além disso, não vale espetá-lo na vertical; na tradição japonesa, esse movimento pertence a um ritual religioso feito em referência aos mortos. O hashi sempre deve ser apoiado no suporte próprio, de preferência, paralelo ao corpo. Se não houver apoiador, faça um dobrando a própria embalagem do hashi. Podem-se comer sushis e espetinhos com as mãos. Os temakis são degustados com a mão. Recomenda-se dobrar a pontinha do cone e colocar pouco shoyu.

Sopas e caldos
Para tomar o missoshiro, leva-se o recipiente com as duas mãos até a boca. No caso do lamen e do udon, que possuem ingredientes sólidos como o tofu, os hashis podem auxiliar. Para os japoneses, o barulho na hora de degustar sopas e caldos não significa falta de educação. O caldo do lamen pode ser tomado com uma colher própria, que já vem junto com o prato.

Comer peixe
Geralmente os peixes têm a posta bem solta. É só escavá-la com o hashi. Nunca segure um hashi em cada mão, é desnecessário.

Saquê
O massu é aquele recipiente quadrado usado para o saquê frio e o tyoko é o recipiente para o saquê quente. Eles devem ser segurados com as duas mãos. Se o massu vier acompanhado por um pires, erga somente o massu.

etiqueta japonesa, dicas para não cometer gafes em um restaurante japonês.
por marcela besson.

kampai!

"Sagrado. É assim que os japoneses consideram o saquê, uma das poucas bebidas do mundo que possuem valor tão expressivo para seu povo de origem. Assim como a cultura que o criou, o saquê - produzido a partir da fermentação do arroz - é reverenciado no Japão há dois mil anos, quando ainda era consumido apenas em comemorações religiosas.

A tradição não se perdeu no tempo. Até hoje, em algumas regiões do país, o saquê é oferecido aos deuses após cada colheita. Mas de onde vem esse líquido tão precioso para os nipônicos? Por incrível que pareça, a bebida um dia já foi considerada alimento. Em meados do século 5 a.C., no período Nara, os produtores não dominavam técnicas apuradas de fermentação e o saquê era degustado como se fosse uma porção de mingau.

Mais tarde, na época dos primeiros imperadores do Japão, os camponeses tinham por hábito mastigar arroz e guardar os restos em barris, para que fermentassem naturalmente com a saliva. Desses resíduos cuspidos em grandes tachos surgia um líquido extremamente forte e amargo. Depois de misturado com água, era então servido nos rituais. Até o século passado, o saquê ainda era produzido artesanalmente. O arroz era lavado e depois colocado em grandes vasos para cozinhar. E após esta etapa de fermentação, a pasta resultante era ralada e só então, misturada manualmente até chegar ao produto final.

Os processos de produção do saquê sofreram inúmeras transformações. Não há mais vestígios da saliva. O que permanece inabalável, no entanto, é a popularidade da cerimônia envolvida na degustação do saquê. Bebê-lo é um verdadeiro ritual, seja em festas de Ano Novo, casamentos, encontros românticos ou em outras ocasiões especiais. Segundo a tradição, o saquê elimina as preocupações e ajuda a prolongar a vida.

Considerada a bebida com mais alta porcentagem de álcool entre os fermentados, o saquê - quando não está diluído - atinge a marca de 20% de teor alcoólico, enquanto a cerveja não passa de 5% e o vinho de 13%. Para uma degustação de saquês legitimamente japonesa, os especialistas têm a disposição um vocabulário com mais de 90 palavras usadas na classificação das amostras.

Existem dois tipos de saquê. O kirin é servido gelado utilizando o massu, aquele recipiente quadrado feito de cedro. A etiqueta japonesa diz que os bons bebedores devem oferecê-lo à pessoa que estiver sentada ao lado na mesa. Se a intenção for suavizar o sabor, os japoneses colocam uma pequena porção de sal na borda do massu. Para os supersticiosos que desejam sorte, a tradição manda transbordar um pouco da bebida para fora do massu.

Outro saquê bem popular é o mirin, que deve ser servido quente. Para isso, basta colocar a garrafa aberta em uma panela de água fervente e removê-la quando atingir a temperatura de 40ºC. Depois é só colocar a bebida aquecida em sazakuki - copinhos de porcelana. Geralmente esses copinhos possuem um pequeno tubo que os liga ao exterior; o ar penetra no recipiente enquanto se bebe, produzindo um leve som de apito.

Num encontro informal, o copo de saquê deve sempre ficar cheio até o final da refeição. A tradição manda fazer um brinde esvaziando o copinho num só gole em sinal de respeito aos convidados. Sendo assim, saúde! Em japonês, kampai!".

dica do ibest.

chá com açúcar ? nem pensar(os ingleses são uns bárbaros)

Vindo da China, o chá chegou ao Japão pelas mãos dos monges budistas há 1200 anos. O oolong era o tipo mais comum e suas folhas eram ligeiramente fermentadas, caracterizando-o como um meio termo entre o chá verde e o chá preto.

No início, a bebida tornou-se objeto de luxo dos senhores abastados. Mesmo assim, quase foi extinta por conta do pouco entusiasmo dos japoneses por seu gosto e aroma. Com o passar dos anos, os japoneses passaram a produzir seu próprio chá. A etapa da fermentação foi eliminada do processo e as folhas, logo depois de colhidas, passavam pelo vapor apenas por alguns segundos. O resultado foi um chá de cor verde intensa e de sabor e aroma frescos.


Para os japoneses, o chá é muito mais do que um digestivo poderoso. A bebida é tão importante que o dia 1º de maio está reservado para comemorar a primeira colheita do sincha, o broto de folhas tenras dos quais se faz o chá verde japonês mais consumido no país. As folhas novas e tenras resultam numa infusão de sabor suave e meio adocicada.

Além disso, a tradicional cerimônia do chá - chamada de sadô ou chanoyu, no Japão - tornou-se uma espécie de filosofia de vida para os nipônicos. O clima de ostentação que caracterizava o ritual foi aos poucos se transformando e, a partir do século 16, a cerimônia do chá assume um perfil simples e intimista.

Consome-se, no Japão, mais de 8 tipos diferentes de chás. Mas a preferência fica mesmo com o chá verde. Quente ou fria, a bebida nunca leva açúcar. Confira os mais famosos.

Sencha: representa 85% da produção de chá do país. De gosto firme e equilibrado, cor verde e bem perfumado, é ideal para ser bebido como o cafezinho no Brasil, a qualquer hora.

Bancha: é o chá mais popular e que, antigamente, era feito com folhas menos tenras. Atualmente, tem chamado a atenção porque sua maior exposição ao sol produz uma bebida muito mais rica em catechin - polifenol que tem a virtude de reduzir o colesterol "ruim".

Genmaicha: misturando um pouco de grãos integrais de arroz torrado (o gemmai, semelhante a uma pipoca) ao bancha, o chá verde ganha gosto e cheiro agradáveis de cereal grelhado.

Houjicha: também conhecido como kukicha, é extraído dos talos e dos caules, que são torrados e dão à bebida um gosto fresco e saboroso. Consumido por idosos e crianças pelo fato de não conter cafeína, é gostoso também gelado para matar a sede no verão.


Gyokuro: é chamado de "jóia do chá verde" porque além de seus brotos serem colhidos à mão, eles são cobertos com uma rede escura que protege as folhas da superexposição ao sol. O resultado é um chá extremamente aromático, menos amargo e com traços adocicados. Como exige muita mão-de-obra, ele custa bem mais caro que os outros e é consumido apenas em ocasiões especiais.

Matcha: o famoso chá de cerimônia é diferente dos demais. Não se faz uma infusão, mas utiliza-se toda a folha. As folhas do sencha são passadas por um moedor de pedra, transformando-se em um finíssimo pó verde, o matcha. Extremante amargo, ele é misturado à água quente e imediatamente batido (com um batedor de bambu), resultando em um chá espumoso e cremoso.

chás japoneses por marcela besson

não é no filé que está o gato por lebre. é no madeira.

Mesmo com o crescimento da cultura do vinho entre nós, o conceito popular do vinho quanto mais velho melhor', embora errado, ainda prevalece. Até os que sabem têm dúvidas sobre a vida útil de uma garrafa, qual sua evolução e o ponto certo de tomar. Não é fácil definir, pois há muitas variáveis a considerar como a uva, a região, a safra, teor alcoólico, acidez, o produtor, a conservação da garrafa, etc. De uma forma geral, brancos secos leves devem ser tomados jovens enquanto que alguns, de variedades mais robustas, ganham com algum tempo de garrafa; com os tintos dá-se o mesmo: vinhos comuns não servem para guardar e somente grandes vinhos melhoram com o envelhecimento controlado. Com certeza porém, muito distante de quaisquer outros pela longevidade são os vinhos doces. Entram nessa categoria os vinhos fortificados e os de sobremesa. Mas até quando podem ser guardados e bebidos com prazer?

Na melhor das hipóteses alguns falam com certa relutância em vinte ou trinta anos. Se alguém falar em mais de 200 anos com certeza vão achar que é brincadeira. Pois bem, esse é o caso de um dos vinhos fortificados mais famosos do mundo, o Madeira. Há alguns anos, madeirófilos abriram uma garrafa da safra 1779 - ano em que Napoleão tinha apenas 10 anos e Beethoven 9. Por incrível que pareça, o vinho estava eraordinariamente bom. Na opinião deles, 'tinha ainda um pouco de agressividade da juentude'. Como isso é possível? Os vinhos Madeira são fortificados, ou seja, recebem a adição de aguardente vínica durante o processo fazendo elevar seu teor alcoólico. Esse fato - desta vez o conceito popular de 'conservado em álcool' se aplica - mais altas taxas de açúcar e acidez contribuem para que ele se torne quase imortal.

Por serem extremamente longevos melhoram com o tempo, medido não em anos, mas em séculos. Se na garrafa duram quase infinitamente, depois de abertas, vários meses. São vinhos complexos, intensos e memoráveis. Devido à essa condição de melhorar na garrafa ao longo do tempo sem praticamente limites, dizem que vinhos de 100, 200 anos não podem ser comparados aos mesmos engarrafados hoje, ainda que depois de 10 ou 20 anos envelhecendo em tonéis. O fato é que vinhos Madeira raros, alguns do século 18, ainda se encontram à venda em leilões e lojas especializadas no exterior. Eles sempre foram muito apreciados e considerados de grande requinte nas cortes européias do século 19, pois eram também usados como perfume no lenço das mulheres.

Vinhos antigos como esses ainda tem aromas ricos, sedutores e doçura para equilibrar com sua acidez. Os anteriores à metade do século 19, principalmente das uvas Terrantez e Malmsey não se comparam a nenhum outro vinho pelo aroma intenso e prolongado de frutas secas, acidez elevada, untuoso, rico, potente e complexo buquê com predomínio de amêndoas torradas e persistente retrogosto. Para os amantes do vinho, degustar uma taça de qualquer Madeira dessa idade seria uma experiência inesquecível. Pena que os bons vinhos Madeira recentes, embora sem a fama dos seus antepassados sejam hoje mais conhecidos como ingrediente (e ainda assim não autêntico) do 'filé ao molho madeira' do que um vinho fino feito para beber como era feito no passado.

madeira, o vinho imortal, por ennio federico

Sunday, February 12, 2006

beije-me se puder

o vinho é bebida afrodisíaca por excelência, afinal não é a toa que é bacante. mas para não ficar redundante vamos dar-lhe a receita de um beijo de outros lábios

Beijo de Abelha

Ingredientes/Preparo:

* suco de meio limão.
* 1 colher cheia de mel.
* 01 copo de rum branco.
* gelo picado.

Agite todos os ingredientes em coqueteleira.

Sirva em taças altas de champagne.

nada contra as ditas cujas

a sopa de piranha é bastante famosa e conhecida no centro oeste do brasil como poderoso afrodisíaco.
se você é daqueles, ou daquelas, que acredita que antes você do que elas, eis a receita:

sopa de piranha:

Ingredientes:

01 - Cabeça de Piranha
01 - Colher de Café de Pimenta Branca
1⁄2 - Maço de Coentro
02 - Tomates
02 - Colheres de Azeite
01 - Cebola picada
02 - Dentes de Alho
01 - Colher de Café de Colorau
50 - Grs de Champignon Laminado
Sal à gosto

Modo de Preparo:

Levar ao fogo o azeite, o alho e a cebola, deixar fritar até dourar e acrescentar os demais temperos, a cabeça da Piranha e dois litros de agua.

Deixe cozinhar por mais ou menos 40 minutos.

Depois, é só servir com os Champignons laminados.

da mesa para a cama, quase uma especiaria

é bem verdade que o foodsequiser é atualizado num dia muito pouco afrodisíaco. Seja qual for o seu sexo ou estado civil. mas se nada mais há a fazer, então vamos lá, aguçar-lhe o tempero.

"O termo afrodisíaco é conhecido há pelo menos 5.000 anos. Segundo o Dicionário dos Afrodisíacos de H. E. Wedeck, o termo afrodisíaco deriva do mito de Afrodite, a deusa grega do amor, a mesma teria saido do mar dentro de uma concha de ostra.

Os alimentos afrodisíacos, não são certamente uma invenção moderna. A sua origem remonta a antiguidade, da cultura egípcia, grega e romana.

Existem os chamados afrodisíacos seguros, os fálicos, tais como as bananas, os espargos e as cenouras, cuja forma semelhante ao orgão sexual são consumidos por alguns para melhorar o desejo sexual. Já outros, consomem partes de animais aclamados como potentes afrodisíacos(bendito viagra que está salvando, mesmo sem querer, ursos, tigres, etc). A consumação de tais partes de animais pode resultar desagradável para algumas pessoas, enquanto outras em vez, desejam provar alguns particulares ingredientes afrodisíacos propício a melhorar o prazer sexual.

como sabe, vamos privilegiar no foodsequiser, receitas afrodisíacas. por hoje, uma lista de especiarias ou tempêros afrodisíacos com algumas de suas características que você pode testar e confirmar ou não os resultados. agora, nunca é demais o lembrete: tempêro ou muito tempêro não salva o gôsto se o prato principal deixar a desejar.
 
 
Especiarias AFRODISÍACAS

Cravo 
É um dos mais potentes afrodisíacos naturais. Além disso, é muito eficaz para combater o cansaço mental, como também a perda de memória. 
 
Coentro 
As suas sementes secas tem efeitos eufóricos, especialmente nas mulheres. É utilizado em infusões com vinho. Todavia se recomenda aos homens para não abusarem desta substância, pois neles, pode causar efeitos opostos. 
 
Jasmim 
Essa deliciosa flor é cultivada no mundo inteiro, mas é principalmente o jasmim espanhol a ser utilizado para aromatizar licores. Atenção: as sementes de jasmim são venenosas. 
 
Ginger 
É utilizado em bebidas destinadas a despertar a sensibilidade. Ingerido com moderação, causa ímpeto salutar; em dose excessiva, irrita o intestino. 
 
Almíscar 
Se trata de uma substância escura de odor muito ativo, extraida de uma glândula sito sob a pele do abdome dos cervos jovens que vivem no sudeste asiático. A respeito das suas origens não certamente apetitosas, é considerada uma panacéia para tratar epilepsia, coqueluche, febre tifóide e pulmonite. Além disso, é apreciada pelas suas virtudes afrodisíacas. É reduzido em pó e parcimoniosamente espalhado sobre a comida (causa vertigens se usado em excesso). 
 
Noz-moscada 
Não particularmente eficaz para as mulheres, mas para os homens tem a reputação de ser a melhor aliada. Provém da ilha de Banda, na Indonésia. 
 
Orégano 
Em infusão é um bom agente excitante. 
 
Pimenta de Cayenna 
Contém uma grande quantidade de vitamina C. É também um agente excitante que estimula a circulação. O pequeno chili vermelho ou verde mexicano, possui as mesmas qualidades. 
 
Rábano 
Sua polpa tem propriedade afrodisíaca. 
 
Aipo 
O aipo contém as vitaminas A, B, C, P e minerais. É excelente para os músculos e ajuda a liquefação do sangue; também serve para reduzir o nível de colesterol e ajuda a manter as artérias limpas. Os antigos Romanos dedicavam o aipo ao deus Plutão, deus do sexo e do inferno.
 
Mostarda 
Estimula a ação das glândulas sexuais. Existem três qualidades de mostarda: preta, branca e amarela, proveniente da Índia. A mostarda conheceu um notável sucesso na Idade Média. 
 
Tomilho 
Erva que fornece óleo de poder anti-séptico. Da mesma erva igualmente se obtêm um tônico nervoso com efeitos afrodisíacos. É ainda um bom purificador para o corpo. 
 
Baunilha 
Possui efeitos eufóricos e pode ser consumida a vontade. Combate a astenia sexual, agindo no sistema nervoso central e, por meio do seu odor, age indiretamente como estimulante sexual.
 
Açafrão 
Possui propriedades estimulantes das zonas eróticas. Os estudos têm provado queha efeitos similares aqueles dos hormônios. Atenção ao seu consumo: doses excessivas provocam risadas incontroláveis.

fonte: copidescagem de informações diversas na net.


 

japonesamente falando ?

se há coisa há que sempre me encasquetou no recife foi a proliferação de restaurantes de " comida japonesa ". não vai nisto nenhum complexo do tipo, nordeste tem de ter cara de jabá e putz! final. mas há que se convir que numa cidade onde não há traços de imigração significantes, você encontrar comida japonesa até em fiteiro, não é bom sinal.

shushis e sashimis tomaram de assalto gritando banzai até às churrascarias de quilo. os endereços, para além das indefectvéis franquias de shopping, abundam - até quando vigorará entre nós a prática de que comida de praça de alimentação tem de ter gosto de comida de executiva de avião ? - de forma que é chic ir a um restaurante japonês. contudo, para além da honestidade marcante da quina do futuro - na rua do futuro obviamente, no espinheiro, cujo proprietário depois de tantas vezes assaltado pirou-se para voltar novamente, espero bem que com a mesma disposição, não se tem noticía de algo realmente tocante para além das mexidas nos pauzinhos de alguns que forçam para construir a imagem de não kamikazes.

se você tiver oportunidade, indo ao rio de janeiro, por exemplo, vá ao tem kai - não é tá kai, tá kai é japonês de novela, ou, compare o que estão lhe oferecendo aqui com o que pode se encontrar no tem kai, na entrada da matéria abaixo.

O Ten Kai é japonês para quem entende de hashis . Nada de mexer os pauzinhos na cozinha alheia. É uma espécie de Azumi (o templo dos puristas, em Copacabana) que fica em Ipanema. E o que isso quer dizer? Vamos lá: dos 165 pratos do cardápio da casa, só um leva cream cheese. Unzinho só. Isso é ou não é um sinal? Vamos a outro: não tem foie gras. Se os exemplos acima ainda não foram ilustrativos, aqui vai mais um: a casa conta, de um lado, com uma bancada fria, um clássico sushi bar com peixes frescos para sushis, sashimis e afins; do outro, ficam chapas quentíssimas a postos para receber iguarias como o gyútan, a cobiçada língua de boi grelhada. As duas “praças” da casa são comandadas por profissionais 100% made in Japan . O Ten Kai não aceita imitações, invenções ou interpretações. Vai só de legítima japonesa.



Lá tem nirá com fígado de galinha (R$ 19,50), vagem de soja cozida (R$ 12), camarão doce cru (R$ 17), barbatana de tubarão com água-viva (R$ 18) e ovas em profusão, como a de bacalhau, que atende pelo nome de karashi mentaiko, deliciosamente apimentada 15,50, a dupla). Encantei-me com a (ou seria o?) myoga — não sei se é no feminino ou masculino. Aliás, nem sei direito o que é: só sei que é deliciosa(o). Lembra uma minialcachofra, ou seja, é um vegetal, plantado aqui pela colônia japonesa. Provei ao vinagrete (R$ 17) e em tempura (R$ 24).

O bom gyoza é passado na chapa e chega à mesa quentinho e corado (R$ 18, a porção com recheio de frango, nirá, acelga ou shiitake). A enguia também é aquecida, o que só realça o seu sabor (R$ 19). E no sashimi de salmão rola um delicioso brûlée por cima (R$ 18,50).

A bancada de importados é uma viagem. Quem quiser embarcar nela, basta pedir o Ten Kai Especial, 12 peças só de iguarias delicosamente estranhas (R$ 96). Mas não precisa ir tão longe: a melhor da noite foi a dupla de sushis de... sardinha! Nosso bravo peixinho fisgou o sushiman e caiu na rede do Ten Kai.

Ten Kai: Rua Barão da Torre 667, Ipanema — 2540-5100. Ter a sex, das 19h à 1h; sáb, das 13h à 1h; dom, das 13h à meia-noite. C.C.: Todos.

Ten Kai: enfim, um japa que não aceita imitações pela Luciana Fróes, para O Globo.

Sunday, February 05, 2006

pra comer com os olhos

"brilhozinho", pé sujo para comer com os olhos. mas só com os olhos, já que seus pratos, PFS, estão abaixo da média.
mas a decoração "naif", vale uma cerveja pela aula que dá em muitos flanelinhas de photoshop.

fica na domingos ferreira, em boa viagem, no recife, num istmo de, provavelmente? ex-vila de pescadores, com um acesso por um bequinho que deixa muita cintura de modelo larga. como referência tome a padaria boa viagem. entre seu medo. seu brilhozinho é uma figura que não se apaga.

comida boa até nas paredes

Quem for jantar no restaurante Nakombi - na Zona dos Jardins, em São Paulo - vai reparar que a decoração é do tipo pós-moderno/clean. Ocupam as mesas, principalmente, jovens casais, mas há também clientes senior, aproveitando o relax de sábado à noite. A música é contemporânea. O papel que cobre as paredes tem aparência sóbria - branco e preto, com tons de cinza e integra-se ao ambiente. Só quem, movido pela curiosidade, o examinar de perto é que vai perceber que o seu conteúdo são histórias em quadrinhos sexualmente explícitas (chamadas, antigamente, de "pornográficas") - do gênero Carlos Zéfiro - que eram vendidas clandestinamente, no Brasil, nas bancas de jornal, há 50 anos e, hoje, fazem parte do que se tornou um dos muitos ícones cult para as novas gerações.
(dica involuntária do J.R.W.P – www.jrwp.com.br - em seu artigo sexy&hot, publicado no www.acontecendoaqui.com.br)

comer na punheta não é a mesma coisa que saborear uma punheta

Punheta de bacalhau:

Ingredientes:
2 ovos cozidos;
1 pimento grande verde;
2 postas de bacalhau;
1 cebola média;
2 dentes de alho;
sal q.b.;
pimenta q.b.;
1 colher de sobremesa de salsa picada;
6 colheres de sopa de azeite +-;
2 colheres de sopa de vinagre +-;

Confecção:
Retira-se a pele e as espinhas e desfia-se o bacalhau à mão.
Lava-se depois o bacalhau em várias águas frias até perder o sal.
Escorre-se bem o bacalhau.
Entretanto asse o pimento, limpe-o e corte-o em tiras.
Em uma taça de vidro, disponha em camadas alternadas as tiras de pimentos, o bacalhau e os ovos cortados às rodelas.
Misture o azeite, o vinagre e a pimenta. Ligue bem.
Regue tudo com o vinagrete e polvilhe com a cebola, o alhos e a salsa previamente picados.

receita da felicia sampaio
editora culinária do roteiro gastronômico de portugal

p.s. pimentos é como se chama pimentão em portugal. e a abreviatura q.b. significa: que baste. que você pode interpretar como o nosso, a gosto.

se você tiver mais curiosidades sobre o falar português de portugal, acesse o cemgrauscelsius.blogspot.com
blog que trata de comunicação, marketing, publicidade, jornalismo e crítica de cultura e idéias, e confira a sessão dichionário, que publica-se na quarta ah portuguêsa, as quartas, naturalmente.

bom motivo para você se tornar faquir

aquela que se diz a maior rede de fastfood de comida árabe, tem na capa de seus cardárpios pizza, hamburguer e mill-shake. não caia na esparrela. quando surgiu em sua primeira loja na augusta, quase esquina com a paulista, o habib´s inovava como alternativa de fast food de qualidade aceitável e preço razoável.
hoje não passa de uma charge do que já foi. e de tremendo mau-gosto. nesta horas não vejo protestos inflamados dos arábes, afinal, comida para eles também é uma religião.