Saturday, February 18, 2006

chá com açúcar ? nem pensar(os ingleses são uns bárbaros)

Vindo da China, o chá chegou ao Japão pelas mãos dos monges budistas há 1200 anos. O oolong era o tipo mais comum e suas folhas eram ligeiramente fermentadas, caracterizando-o como um meio termo entre o chá verde e o chá preto.

No início, a bebida tornou-se objeto de luxo dos senhores abastados. Mesmo assim, quase foi extinta por conta do pouco entusiasmo dos japoneses por seu gosto e aroma. Com o passar dos anos, os japoneses passaram a produzir seu próprio chá. A etapa da fermentação foi eliminada do processo e as folhas, logo depois de colhidas, passavam pelo vapor apenas por alguns segundos. O resultado foi um chá de cor verde intensa e de sabor e aroma frescos.


Para os japoneses, o chá é muito mais do que um digestivo poderoso. A bebida é tão importante que o dia 1º de maio está reservado para comemorar a primeira colheita do sincha, o broto de folhas tenras dos quais se faz o chá verde japonês mais consumido no país. As folhas novas e tenras resultam numa infusão de sabor suave e meio adocicada.

Além disso, a tradicional cerimônia do chá - chamada de sadô ou chanoyu, no Japão - tornou-se uma espécie de filosofia de vida para os nipônicos. O clima de ostentação que caracterizava o ritual foi aos poucos se transformando e, a partir do século 16, a cerimônia do chá assume um perfil simples e intimista.

Consome-se, no Japão, mais de 8 tipos diferentes de chás. Mas a preferência fica mesmo com o chá verde. Quente ou fria, a bebida nunca leva açúcar. Confira os mais famosos.

Sencha: representa 85% da produção de chá do país. De gosto firme e equilibrado, cor verde e bem perfumado, é ideal para ser bebido como o cafezinho no Brasil, a qualquer hora.

Bancha: é o chá mais popular e que, antigamente, era feito com folhas menos tenras. Atualmente, tem chamado a atenção porque sua maior exposição ao sol produz uma bebida muito mais rica em catechin - polifenol que tem a virtude de reduzir o colesterol "ruim".

Genmaicha: misturando um pouco de grãos integrais de arroz torrado (o gemmai, semelhante a uma pipoca) ao bancha, o chá verde ganha gosto e cheiro agradáveis de cereal grelhado.

Houjicha: também conhecido como kukicha, é extraído dos talos e dos caules, que são torrados e dão à bebida um gosto fresco e saboroso. Consumido por idosos e crianças pelo fato de não conter cafeína, é gostoso também gelado para matar a sede no verão.


Gyokuro: é chamado de "jóia do chá verde" porque além de seus brotos serem colhidos à mão, eles são cobertos com uma rede escura que protege as folhas da superexposição ao sol. O resultado é um chá extremamente aromático, menos amargo e com traços adocicados. Como exige muita mão-de-obra, ele custa bem mais caro que os outros e é consumido apenas em ocasiões especiais.

Matcha: o famoso chá de cerimônia é diferente dos demais. Não se faz uma infusão, mas utiliza-se toda a folha. As folhas do sencha são passadas por um moedor de pedra, transformando-se em um finíssimo pó verde, o matcha. Extremante amargo, ele é misturado à água quente e imediatamente batido (com um batedor de bambu), resultando em um chá espumoso e cremoso.

chás japoneses por marcela besson

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